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Quintal da Elza




Véspera de Natal de 1955, fim de tarde. Tão grande era a minha ansiedade que não poderia dormir: aguardava a chegada do Papai Noel com o meu presente. “Se você não dormir, Papai Noel não vai trazer o seu presente”, disse minha mãe. Notando minha agitação, ela teve uma ideia: “Vamos preparar uma caminha para o seu presente”.

Minha mãe foi ao terreiro, cortou um pouco de grama e apanhou umas palhas. Meu pai me auxiliou a montar o ninho atrás da porta da sala. Para completar minha mãe depositou sobre o ninho uma toalhinha branca. Pronta a caminha, aceitei dormir.

Na manhã de Natal, às 5h, eu acordei e corri em direção ao presente: deitada na caminha encontrei uma linda boneca de pano, com chapeuzinho e um cachinho de cabelo à mostra. Não consigo descrever minha alegria correndo pela casa, chorando e mostrando minha boneca para todos. Queria tanto demonstrar minha alegria que saí pela Colônia mostrando para os vizinhos.

Recordo cada detalhe da bonequinha, da sua expressão, vestidinho branco de bolinhas azuis, do mesmo pano do chapeuzinho. Essa bonequinha me fez acreditar na existência do Papai Noel!

Guardo no meu coração a alegria desse momento e o carinho dos meus pais que já se foram. É um tesouro de inestimável valor!





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